Os benefícios e desafios da diversidade sempre estiveram fortemente presentes na Natureza e na história da humanidade.
Na Natureza, a diversidade é uma inexorável fonte de renovação e mudança que possibilita múltiplas interações entre seres vivos, determinando suas jornadas evolucionarias.
Na humanidade, as sociedades e as organizações lidaram e lidam com a diversidade em suas inúmeras dimensões. Desde o desejo absoluto de eliminar tudo o que fosse diferente através de genocídios, ocupações territoriais e perseguições, passando por tentativas de racionalizar superioridades inexistentes, escravizando, discriminando, ignorando ou passando por padronizações de produtos e métodos de trabalho, até uma atitude mais humana de respeito, entendimento e conscientização de que o crescimento mútuo através da diversidade é possível e pode ser benéfico a todos.
Quanto mais crescem e se desenvolvem os mercados globais, mais dominante é a necessidade de que sejam entendidas as questões relativas às interações de diferentes culturas. Meios de vida, hábitos de consumo, aspectos psicológicos da tomada de decisão, relacionamento pessoal, valores e idiossincrasias podem interagir de diferentes formas, a ponto de causarem grandes desconfortos ou mesmo barreiras intransponíveis, ou, ao contrario, serem reais motivos de sucesso.
Imaginemos as dificuldades que corporações multinacionais enfrentam no trabalho de definir estratégias e tentar dirigir suas organizações, formadas por distintos povos e culturas, para ações coordenadas no sentido do atingimento de um conjunto de objetivos.
Diferentes graus de assertividade, preferências por abordagens numéricas, técnicas, mercadológicas, por sistemas jurídicos, valores e ética, além de uma crescente e legítima necessidade de obter licença para operar que somente pode ser concedida pelas comunidades onde atua ou atuará, configuram um constante desafio que é o de tentar entender as correlações entre as variáveis, seus possíveis impactos, e trabalhar levando em conta questões que deixaram de ser complicadas e passaram a ser complexas.
Por questões complicadas entendemos aquelas que podem ser razoavelmente modeladas, tendo suas variáveis independentes identificadas, bem como seus impactos, e que podem ser subdivididas em problemas ou subsistemas. Cada um desses subsistemas pode ser resolvido e modelado com relativa precisão, e quando todas as soluções para os subsistemas são identificadas e implantadas, a questão complicada será automaticamente resolvida ou equacionada.
Uma grande parte da educação formal fornecida nas escolas e universidades é focada no ensino de técnicas e conhecimento científico que nos permitam resolver questões mais ou menos complicadas.
A prática de fatiar, subdividir, elencar partes de um sistema, para modelar e resolver, e depois retorná-las ao sistema maior, é bem conhecida por todos e utilizada em larga escala por todas, ou pela maioria das profissões.
Uma questão complexa, por sua vez, se caracteriza por múltiplas variáveis e desconhecidas correlações entre elas.
Devido à dificuldade de prever os impactos decorrentes de ações específicas sobre elas, outros métodos de solução precisam ser utilizados, e a incerteza nos resultados predomina.