Por Ronaldo Ramos*
Liderar trabalhos em equipes multidisciplinares requer algumas habilidades. O líder deve dar o exemplo, respeitando o tempo, a opinião e a diversidade de ideias existente no grupo. Precisa reconhecer e valorizar a riqueza de experiências. Trabalhar colaborativamente almejando um resultado superior significa obter engajamento de todos e estabelecer linguagem comum construída em conjunto. Selecionei aqui oito dicas que considero “de ouro”:
- Capriche nas reuniões:
- Chegue no horário e comece na hora marcada;
- Tenha uma agenda clara, com a expectativa do que deve ser decidido e a previsão de duração da reunião;
- Ao respeitar esses princípios, os profissionais se sentirão também respeitados e tentarão copiar o seu exemplo;
- Assegure-se de que todos sejam ouvidos, independentemente do grau de especialização em cada assunto. Se houver reticências, faça perguntas aos mais calados, procurando trazê-los para a discussão. Mostre que está ouvindo, fazendo resumos, interpretações e construindo sobre os pontos apresentados;
- Evite iniciar por uma concordância ou um elogio, e, em seguida, utilizar palavras como “mas”, “porém”, “entretanto”. Todos vão prestar atenção apenas na segunda parte da conversa, e seus elogios não terão mais o poder de energizar genuinamente. Lembre-se que o “e” é muito mais poderoso, pois é a palavra que adiciona, completa, constrói, ajuda;
- Cuidadosamente, permita que a liderança das discussões “passeie” pela mesa, dando a todos a oportunidade de conduzir a argumentação e os debates por algum tempo. Quando for necessário, retome a direção de maneira assertiva, usando frases como “vamos fazer uma retrospectiva para ter certeza de que todos estejam na mesma página”, “vamos convergir a discussão agora, porque nosso tempo está acabando”, ou ainda “vamos deixar esta questão para ser abordada à parte”;
- Reserve tempo para planejar ou discutir um experimento que possa levar a erros, mostrando que existe espaço para tentativas e aprendizado. Limite as consequências com uma boa mitigação de riscos incluída no planejamento. Compartilhe seus erros e acertos e treine seu time para desenvolver um nivelamento cultural obtido por meio da aceitação mútua das diferenças e da capacidade de compartilhar erros e acertos;
- Termine a reunião sempre com a lista de ações bem definida, prazos e responsáveis designados para cada tarefa;
- Se você perceber objetivos ou agendas ocultas, faça perguntas que circundem o tema e procure deixar os membros do time confortáveis para expor seus objetivos pessoais; se isso acontecer, esteja preparado para levá-los em conta nas decisões, reforçando assim o exemplo;
- Trabalhe a confiança entre as pessoas da equipe, mostrando que quanto mais previsíveis forem os comportamentos de cada um, mais fácil será construir a abertura e a colaboração legítima.
É claro que a aplicação e o aproveitamento dessas dicas dependem de diversos fatores, como o estilo de liderança, a diversidade dos membros do grupo, a cultura, a infraestrutura e a dimensão da empresa, importância e urgência dos assuntos em debate. Os resultados serão obtidos com a prática, tentativas, erros e aprendizados. Quanto mais cedo você começar, melhor!
*Fundador do CEOlab e professor associado da FDC
ronaldo.ramos@ceolab.net
“…o “e” é muito mais poderoso, pois é a palavra que adiciona, completa, constrói, ajuda.” O ” “não”, o “mas”, o “talvez”, e o insuportável clichê “veja bem” minam totalmente a iniciativa e a vontade de colaborar e participar. Queria ter um Líder como o descrito na matéria. Uma raridade quase extraterrestre. Excelente artigo; um mini-guia de boas práticas.
“…o “e” é muito mais poderoso, pois é a palavra que adiciona, completa, constrói, ajuda.” O ” “não”, o “mas”, o “talvez”, e o insuportável clichê “veja bem” minam totalmente a iniciativa e a vontade de colaborar e participar. Queria ter um Líder como o descrito na matéria. Uma raridade quase extraterrestre. Excelente artigo;um mini-guia de boas práticas.
Obrigado pela visita e pelos insights Marco! Sim, bem esta a ideia! Creia que existem lideres que praticam estes conceitos simples e muito eficientes! Quem sabe uma hora conversemos sobre como os subordinados podem inspirar o líder! Abraços, CEOlab.
Li este artigo e uma cachoeira de pensamentos invadiu a minha cabeça. A 1ª coisa, é que este artigo dá um livro. E dos bons! Decupando – e exemplificando com os acertos e erros – cada uma das lições que o autor singelamente chama de “dicas”, teríamos uma bíblia que está faltando na cabeceira e na mesa de muitas lideranças. Me pus a pensar em lideranças que conheci e está sendo difícil identificar este estilo “estadista”. Quem você conhece que estaria à altura, capacitado a seguir todas essas dicas? É coisa rara, não? Como lembra Ronaldo, a aplicação depende de vários fatores. Sim, depende, mas como dizem os gringos está mais do que na hora da barra subir. E adorei a parte do poderoso “e”: “uma palavra que adiciona, completa, constrói e ajuda”. Porque inovação se faz com “sim e” – e não com “sim, mas”. #daqui5anos #5yearsfromnow #inovacao #liderancacompartilhada
Obrigado pela visita e pelas palavras gentis Beia! Prometemos pensar no livro sim, e quem sabe poderíamos iniciar aqui uma conversa sobre quais tópicos poderiam ser incluídos! Abraços, CEOlab.