Primavera ou o início de um novo ciclo de aprendizado

Em continuidade ao “post” anterior…

Acabei de descobrir que a Sonata #5 em Fá Maior de Beethoven também é conhecida como Sonata Primavera! Vou pesquisar e escrever a respeito em breve…

O campo da ignorância é de uma vastidão inimaginável! (Pelo menos no meu caso…)

Quem saberia dizer quantas outras obras-primas foram escritas tendo a Primavera como inspiração…Que poderiam ter sido usadas por Rohmer em seu filme…

Quem ao certo pode dizer de quantas maneiras diferentes uma mesma tarefa pode ser desempenhada com eficiência e resultado?…E como encontrar formas de reconhecer o desvio de avaliação provocado pela visão parcial de um tema, compartilhar as descobertas e aprendizados com colegas de trabalho para, em conjunto, criar uma organização que aprende à medida que se desenvolve e se prepara para o desafio da constante mudança?

Adaptar as necessidades de uma organização a diferentes culturas de forma a permitir a liberdade necessária para que cada ambiente produza a sua resposta ótima às demandas nos vários campos é um grande desafio, que deve estar constantemente sendo perseguido por empresas que tenham a sustentabilidade como objetivo maior.

Como delegar a decisão por estes modelos adaptados à cultura local e garantir que a cultura predominante da empresa não se sinta ameaçada ou traída?

Voltarei a cada um destes temas em breve, espero…

Conto de Primavera

Ao assistir pela primeira vez o filme “Conto de Primavera”…

…de Eric Rohmer, parte de sua obra “Contos das Quatro Estações”, esperava ouvir desde logo a obra de A. L. Vivaldi “Primavera”, parte das “Quatro Estações”…

…A surpresa que estava reservada para mim é que a peça de abertura do filme era a Sonata #5 em Fá Maior para violino e piano, de L. Beethoven…

…e que em seguida obras de Schumman (Les Chants de l´aube e Etudes symphoniques…) comporiam a belíssima trilha sonora de um filme que nos leva através de cativantes diálogos de conteúdo filosófico com personagens reais e cheios de inquietações na alma e na razão.


A questão que imediatamente veio a mim foi simples e complexa ao mesmo tempo – como referências culturais rígidas podem nos levar a criar expectativas tão distantes da realidade?… Através da arrogante posição de “achar que sei” o que seria a resposta de uma cultura estrangeira a um determinado tema ou situação, fiquei preparado para ouvir uma música que simplesmente não havia sido incluída no contexto de uma obra cinematográfica…

Ainda encantado pela beleza, simplicidade e profundidade do filme, e pelas angústias vividas por seus personagens cada vez que se encontravam em encruzilhadas nas suas jornadas de vida, lembrei-me que na vida empresarial frequentemente tenho a mesma reflexão – diferentes culturas que interagem entre si na linha de comando de multinacionais podem fazer com que seus executivos nutram expectativas a respeito do comportamento de seus colegas de outras nações e se deparem com respostas surpreendentes e inesperadas a estímulos idênticos, que podem produzir resultados questionáveis para os objetivos maiores de uma organização.

Neste caso, Sócrates nos ajuda muito na reflexão “Só sei que nada sei”.