Teoria U: diferencial para liderança e inovação

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Por Alex Anunciato*

A proposta da Teoria U é de ser uma tecnologia social que ajude a conectar os três setores da nossa sociedade: privado, público e organizações sem fins lucrativos. Trata-se de uma metodologia que busca preparar os líderes para uma visão mais sustentável do nosso planeta e das futuras gerações.

De acordo com o autor Otto Scharmer, professor do MIT, as respostas para nossos desafios estão dentro de nós mesmos e precisamos aprimorar nosso autoconhecimento, encontrar as melhores soluções e tentar colocá-las em prática. A questão do propósito de vida de cada indivíduo é fundamental nesse contexto, uma vez que o alinhamento de temáticas pessoais com o ambiente profissional proporciona maior realização e sucesso para si mesmo. E, por extensão, para a empresa e toda a comunidade na qual cada um está inserido.

“Num nível pessoal, a Teoria U ajuda as pessoas a acessarem o que há de mais autêntico em si. E isso pode ser expandido para o nível das organizações. Ficamos mais conscientes das experiências de liderança que estamos tendo em nossas vidas e podemos compartilhá-las”, diz Otto.

A Teoria U trabalha no sentido de se aprofundar e se abrir em alguns temas, conectar-se com a realidade de uma forma mais significativa e profunda, com uma verdadeira vontade de transformação para, então, emergir após o mergulho com novas transformações. Esse movimento remete ao desenho da letra U, inspirando assim o nome da metodologia e do livro com mesmo título.

A metodologia já é utilizada no Brasil pelo Instituto Ethos, no Grupo de Referência de Empresas em Sustentabilidade, e pelo Grupo Santander.

Você pode saber mais sobre a Teoria U no livro escrito por Otto Scharmer, publicado no Brasil pela editora Campus, e pelo site oficial do Presencing Institute.
https://www.presencing.com

Caso queira se aprofundar ainda mais na Teoria U, o MIT (Massachusetts Institute of Technology) oferece também um curso on-line e gratuito, pela plataforma de ensino edX: U.Lab: Transforming Business, Society, and Self.
https://www.edx.org/course/u-lab-transforming-business-society-self-mitx-15-s23x

*Consultor de Marketing e Comunicação Digital
anunciato@gmail.com

Liderança e trabalho de time

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Por Ronaldo Ramos*

Liderar trabalhos em equipes multidisciplinares requer algumas habilidades. O líder deve dar o exemplo, respeitando o tempo, a opinião e a diversidade de ideias existente no grupo. Precisa reconhecer e valorizar a riqueza de experiências. Trabalhar colaborativamente almejando um resultado superior significa obter engajamento de todos e estabelecer linguagem comum construída em conjunto. Selecionei aqui oito dicas que considero “de ouro”:

  1. Capriche nas reuniões:
                Chegue no horário e comece na hora marcada;
                Tenha uma agenda clara, com a expectativa do que deve ser decidido e a previsão de duração da reunião;

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              Ao respeitar esses princípios, os profissionais se sentirão também respeitados e tentarão copiar o seu exemplo;
  1. Assegure-se de que todos sejam ouvidos, independentemente do grau de especialização em cada assunto. Se houver reticências, faça perguntas aos mais calados, procurando trazê-los para a discussão. Mostre que está ouvindo, fazendo resumos, interpretações e construindo sobre os pontos apresentados;
  2. Evite iniciar por uma concordância ou um elogio, e, em seguida, utilizar palavras como “mas”, “porém”, “entretanto”. Todos vão prestar atenção apenas na segunda parte da conversa, e seus elogios não terão mais o poder de energizar genuinamente. Lembre-se que o “e” é muito mais poderoso, pois é a palavra que adiciona, completa, constrói, ajuda;
  3. Cuidadosamente, permita que a liderança das discussões “passeie” pela mesa, dando a todos a oportunidade de conduzir a argumentação e os debates por algum tempo. Quando for necessário, retome a direção de maneira assertiva, usando frases como “vamos fazer uma retrospectiva para ter certeza de que todos estejam na mesma página”, “vamos convergir a discussão agora, porque nosso tempo está acabando”, ou ainda “vamos deixar esta questão para ser abordada à parte”;
  4. Reserve tempo para planejar ou discutir um experimento que possa levar a erros, mostrando que existe espaço para tentativas e aprendizado. Limite as consequências com uma boa mitigação de riscos incluída no planejamento. Compartilhe seus erros e acertos e treine seu time para desenvolver um nivelamento cultural obtido por meio da aceitação mútua das diferenças e da capacidade de compartilhar erros e acertos;
  5. Termine a reunião sempre com a lista de ações bem definida, prazos e responsáveis designados para cada tarefa;
  6. Se você perceber objetivos ou agendas ocultas, faça perguntas que circundem o tema e procure deixar os membros do time confortáveis para expor seus objetivos pessoais; se isso acontecer, esteja preparado para levá-los em conta nas decisões, reforçando assim o exemplo;
  7. Trabalhe a confiança entre as pessoas da equipe, mostrando que quanto mais previsíveis forem os comportamentos de cada um, mais fácil será construir a abertura e a colaboração legítima.

É claro que a aplicação e o aproveitamento dessas dicas dependem de diversos fatores, como o estilo de liderança, a diversidade dos membros do grupo, a cultura, a infraestrutura e a dimensão da empresa, importância e urgência dos assuntos em debate. Os resultados serão obtidos com a prática, tentativas, erros e aprendizados. Quanto mais cedo você começar, melhor!

*Fundador do CEOlab e professor associado da FDC
ronaldo.ramos@ceolab.net