Muitas vezes as pessoas perguntam por que fazer mentoria? E gostaria de dar minha visão desse processo, no qual tenho trabalhado há muito tempo, embora antes não levasse o nome que utilizamos hoje.

A palavra “mentoria” tem origem no latim “mentor”, que significa “conselheiro”. O termo foi originalmente usado na mitologia grega para descrever Mentor, um personagem que atuou como conselheiro e tutor do jovem príncipe Telêmaco enquanto seu pai, o herói Odisseu, estava ausente durante a Guerra de Tróia. Com o tempo, a palavra “mentor” passou a ser usada para descrever qualquer pessoa que atue como guia e conselheiro para outra pessoa, e “mentoria” se tornou o termo usado para descrever o processo de orientação e aconselhamento.

Creio que a descrição da origem da palavra mentoria já diz muito sobre seu processo. E muitas vezes as pessoas querem saber qual a diferença entre mentoria e coaching. Resumidamente, mentoria é um processo de orientação e aconselhamento no qual o mentor oferece orientação e feedback para ajudar o mentorado a desenvolver suas habilidades e perspectivas em uma área específica. O coaching é um processo de desenvolvimento pessoal e profissional no qual o coach ajuda o coachee a identificar seus objetivos e a desenvolver habilidades para alcançá-los.

O mentor é uma pessoa que já viveu aquele processo e tem propriedade para falar no assunto, baseado na sua experiência. Podendo-se valer de exercícios, livros e práticas que possa ajudar o mentorado a progredir na área de interesse. No meu caso, tenho mentorado executivos e creio que esse é um processo fascinante que ajuda muito o indivíduo nas empresas, e também aprendo a cada dia. Na minha opinião, um mentor pode contribuir de várias formas para a evolução do seu mentorado, mas quero ressaltar aqui alguns tópicos que para mim são fundamentais num processo de mentoria de executivos:

1- Contador de estórias: O mentor precisa ouvir muito o mentorado e utilizar suas estórias de vida para exemplificar o que deseja explicar para o mentorado. Falar dos seus acertos e erros e principalmente seus aprendizados. Dessa forma o mentorado poderá ter lições práticas como exemplo, fazendo um paralelo com seus desafios.

2- Gestão do tempo: Tenho observado que os executivos mentorados passam por um dilema grande de como melhor gerir seu tempo. Não é trabalhando um número de horas excessivas que irá conquistar melhor posição ou outro objetivo que busca, e sim utilizando melhor seu tempo para as tarefas que precisa fazer e para as que precisa desenvolver, além do lazer. O mentor aqui tem um papel fundamental na ajuda de como melhor organizar o tempo, pois esse é um recurso que não conseguimos recuperar.

3- Visão sistêmica: O mundo corporativo é muito desafiador, com tantas mudanças organizacionais, mudanças de rumos de negócios frente ao acompanhamento da economia, tecnologia, novos hábitos, gerações dentre outras mudanças. Dessa forma o executivo precisa estar atento a todos esses movimentos para desempenhar bem o seu papel. Ter uma visão sistêmica nos negócios e de sua carreira, pois olhar outros “ângulos da mesma moeda” ajudará o executivo ter mais flexibilidade para encarar esses desafios. Analisar de forma neutra os trade-offs das situações e potenciais consequências.

Tenho visto muitos executivos em processo de mudança de carreira, com muita dificuldade de se enxergar fora desse mundo, embora saiba que ele vai terminar…. Somos seres humanos vulneráveis, e essa transição em geral é muito difícil, portanto, essas três dicas são muito relevantes para alavancar a carreira de um executivo e melhor prepará-lo para os próximos passos.
O que poderia te fazer mais feliz na sua atividade hoje, e como conquistá-la? Onde precisa de ajuda? Você já pensou num mentor?